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10.6.06

na 'psicologia do vestir'

Na Psicologia do Vestir (da Assírio e Alvim), Umberto Eco, Renato Sigurta, Marino Livolsi, Francesco Alberoni e Georgio Lomazzi escreveram sobre o vestir captando leituras semióticas do vestuário que vale a pena analisar. Para mim (que fiz os primeiros 'exercícios' de análise semiótica exactamete sobre a forma de vestir) trata-se de um complemento excelente da análise do gesto na linguagem corporal (que continuo a acompanhar sobretudo nos aspectos mais relacionados com a aprendizagem e expressão matemática).

Ao reler a Psicologia do Vestir ocorreu-me logo a imagem do cientistade bata branca (sempre de bata branca...), no laboratório, "simbolizando a pureza da ciência, a inteligência e a devoção do cientista à verdadee a diferença entre os cientistas e os mecânicos numa garagem" (Bauschpies et al, 2006, p.50). Mas essa forma de vestir, ao mesmo tempo que constitui um sinal de estatuto, de diferença, cria ao mesmo tempo uma barreira (no próprio acto de proteger a roupa 'civil'), uma separação física entre o laboratório e a vida privada, entre o trabalho e o lazer. A bata (branca ou de outra cor) é distintiva de diversas actividades em múltiplas esferas de actividade. Vale a pena reparar.

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