jfm

31.3.06

Conectividade

A leitura de fim de semana (Assassini) cruzada com Goffman deu para analisar a necessidade que sentimos de conectivos no discurso lido - sempre no pressuposto de que a ausência de referentes ao vivo exige a sua explicitação. A quantidade de vezes que leio "- disse Val em tom..." após uma intervenção de Val sugere um cuidado de fazer perceber ao leitor quem fala. E essa conectividades é necessária na fase inicial da leitura e da entrada no enredo. O mesmo se passa na conversação em chat em que as estruturas são enformadas por uma sequência de linhas sempre iniciadas com o nome do 'falante'. Ao observar as pessoas a conversar no café esta manhã na Ericeira percebi como os conectivos são substituídos pela presença real, pelo seu posicionamento espacial, pelo som da voz das pessoas que localizamos direccionalmente sem dificuldade.

2 Comments:

Blogger mada said...

interrogo-me sobre o sentido desta nova cara tão luminosa...
E já agora, que tal uma maior clareza sobre isso que anda a ler??? mas obrigada por partilhar essa e outras leituras.

8:27 da tarde  
Blogger jfm said...

Assassini veio-me parar às mãos emprestado e ajuda-me a dormecer no passado. Só isso. Não é bom nem é mau. É simplesmente um guião de um filme que ainda não foi feito. Mas ajuda-me a dormecer nos dias de mais cansaço.
Agora o cruzamento disso - ou o pensar nos personagens, nos seus tiques, nas suas acções - a partir de Gofmman (essencialmente, de Frame Analysis e Behaving in Public Sites) é outra conversa. No fundo Assassini é como se fosse um campo empírico de reflexão. E ainda por cima ajuda a adormecer o cansaço.

1:12 da manhã  

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